Quantos canais tem um dente?

O tratamento de canal é o procedimento que irá tratar as doenças que estão relacionadas a parte da polpa (parte interna do dente). Esse procedimento visa a manutenção do elemento dentário na boca, garantido a função mastigatória e estética para o paciente. Porém é necessário um bom conhecimento técnico e cientifico do profissional aliado as tecnologias existentes nos dias de hoje, para aumentar o índice de êxito nos tratamentos endodônticos.  Sabe-se que a anatomia interna do dente é mais complexa do que se imaginava no passado.

As lupas de aumento, o microscópio clínico e a tomografia computadorizada são nossos aliados nessa descoberta. Nós endodontistas, assim como a maioria dos profissionais da área da saúde, trabalhamos com padrões que são retirados das pesquisas realizadas e também das novas tecnologias que vão surgindo com o passar dos anos. Hoje sabemos que número mínimo de canais radiculares devemos procurar em cada grupo de dentes. Mas somente com o exame clínico, se possível com o uso do microscópio operatório ou lupa e os exames de imagem, como a radiografia periapical e a tomografia computadorizada de alta definição poderemos ter certeza do número exato existente de canais em cada elemento.

Um estudo realizado pela Faculdade de Odontologia da USP com o uso de tomografia computadorizada mostrou a anatomia interna dos dentes e a maioria apresenta canais que podem ser tratados e outros que não. Existe uma média de raízes e canais por dente. Conhecer quantos canais tem cada dente é uma condição essencial para que o tratamento seja realizado de forma adequada, mostrando dificuldades. Um canal radicular não encontrado e não tratado pode causar inflamação ou infeccionar, levando ao insucesso do tratamento de canal, necessitando que seja realizado um retratamento endodôntico.

A média de raízes e canais radiculares por elementos dentários são:

• Incisivos e Caninos (dentes anteriores superiores): apresentam uma raiz e um canal, sendo raras as situações que são encontrados dois canais radiculares.
• Incisivos inferiores: apresentam uma raiz e até 40% apresentam dois canais radiculares.
• Caninos Inferiores: quase a totalidade apresenta uma raiz e um canal radicular.
• Primeiro pré-molares superiores: apresentam 2 raízes e dois canais radiculares em quase a totalidade dos elementos dentários.
• Segundo pré-molares superiores: apresentam em 50% dos casos uma raiz e um conduto radicular.
• Pré-molares inferiores: apresenta quase em sua totalidade uma raiz e 40% apresentou dois condutos radiculares.
• Molares superiores: apresenta praticamente 100% três raízes e mais de 50% apresenta quatro canais.
• Molares inferiores: apresentam na sua maioria 3 raízes e três ou quatro canais radiculares.

Uma boa avaliação e um adequado plano de tratamento, tornam os procedimentos mais qualificados e seguros, diminuindo o risco de se ter canais não localizados. Um tratamento de canal realizado dentro dos protocolos técnicos e biológicos com o auxílio das tecnologias, apresentam um alto índice de sucesso.